Iuli Fialho
Em meio a tantas mudanças, você já parou para pensar em como o papel do Departamento Pessoal (DP) e de Recursos Humanos (RH) vem evoluindo nos últimos anos?
As exigências legais aumentaram, a atenção à saúde mental ganhou espaço e as empresas começaram a perceber que processos eficientes caminham lado a lado com uma cultura organizacional saudável.
Nesse cenário, o DP e o RH vêm deixando de atuar apenas de forma operacional, assumindo um papel cada vez mais estratégico, humano e conectado com o negócio.
Foi esse movimento que deu origem ao People Day – “A saúde mental evoluiu! E a sua empresa?”, um evento que reuniu especialistas para debater o papel estratégico do DP e do RH diante da atualização da NR-1 e da crescente valorização da cultura organizacional e da saúde mental.
Pensando nisso, este artigo reúne reflexões, tendências e aprendizados apresentados ao longo dos dois dias de evento, tudo isso para que você possa aplicar os conceitos no seu dia a dia e entender o novo papel do DP e RH.
Boa leitura!
O DP além da operação: como transformar tarefas em decisões estratégicas
O Departamento Pessoal pode ir muito além das atividades operacionais do dia a dia. Com a atualização da NR-1, que passou a incluir a avaliação dos riscos psicossociais de maneira explícita, o DP tem a oportunidade de atuar de forma mais estratégica, transformando registros, indicadores e processos em informações valiosas que orientam decisões, ajudam a prevenir riscos e fortalecem a experiência dos colaboradores.
Isso significa que etapas como admissões, acompanhamento de períodos de experiência, afastamentos e gestão da rotatividade deixam de ser apenas tarefas rotineiras e passam a ser oportunidades de compreender melhor o perfil dos profissionais, ajustar processos e aumentar a eficiência.
E não para por aí: ao fazer isso, o DP não apenas cumpre obrigações legais, mas contribui de maneira tangível para o desempenho e engajamento das equipes.
Tudo isso com base em dados e informações organizadas. Se o DP estrutura e organiza as informações, o RH é quem transforma esses dados em ações de cuidado e atenção às pessoas.
Na prática, é aí que a cultura de cuidado entra em cena, conectando o estratégico ao humano e tornando a experiência de cada colaborador mais positiva e consistente no dia a dia da empresa.
Leia também: Como a atualização da NR-1 pode transformar o DP em protagonista da prevenção e descubra como a atualização da norma pode ser uma oportunidade para o seu DP!
RH e a cultura de cuidado: colocando as pessoas no centro da estratégia
Um dos grandes desafios do RH pode ser transformar o cuidado em prática contínua, e não apenas em programas pontuais ou campanhas que desaparecem com o tempo. A saúde mental e o bem-estar das pessoas têm se mostrado fatores importantes na estratégia de RH.
Isso significa criar uma cultura sólida, onde líderes, colegas e o próprio DP e o RH formam uma rede de apoio capaz de perceber sinais de alerta, compreender necessidades e transformar percepções em ações.
Essa cultura precisa estar presente em todas as etapas do ciclo de vida do colaborador: do onboarding às mudanças de função, passando por feedbacks periódicos e até mesmo pelos desligamentos.
Cada interação pode se tornar uma oportunidade de reforçar a atenção às pessoas e fortalecer a confiança.
Quando o RH traduz essas percepções em iniciativas que impactam positivamente a experiência dos colaboradores, o cuidado deixa de ser abstrato e se torna parte da rotina.
E se o cuidado é o coração da cultura, a liderança é o motor que mantém essa estratégia viva.
Liderança e bem-estar: como o cuidado se transforma em resultado
Líderes podem influenciar diretamente a saúde emocional, o engajamento e o desempenho das equipes. Mas para que possam exercer esse papel sem se sobrecarregar, eles também precisam de suporte e preparo adequados.
E para isso, o novo papel do DP e RH se torna estratégico nesse processo: preparar líderes para reconhecer sinais de estresse, oferecer feedbacks construtivos e criar um ambiente de confiança.
Ao mesmo tempo, é importante lembrar que cuidar de quem lidera também faz parte da equação.
Líderes atentos conseguem identificar oportunidades de desenvolvimento e engajamento, criando experiências de aprendizado que fortalecem não apenas indivíduos, mas toda a equipe.
A cultura de cuidado se consolida quando líderes e colaboradores, entendem que o bem-estar é uma responsabilidade compartilhada, e não apenas de um setor isolado.
Quando isso acontece, o ambiente de trabalho tende a se tornar mais saudável, com equipes mais engajadas e motivadas.
Da teoria à prática: como aplicar os aprendizados do People Day
Colocar o conhecimento em prática é o que mantém tudo funcionando de verdade. Entender o novo papel do DP e do RH é apenas o primeiro passo, o verdadeiro desafio é transformar esse aprendizado em ações.
Isso passa por:
- escuta ativa;
- diagnósticos contínuos;
- acompanhamento de indicadores como absenteísmo, rotatividade e clima organizacional.
Essas ferramentas podem ajudar a identificar oportunidades, prevenir problemas antes que se tornem críticos e garantir que cada iniciativa gere impacto real.
Além disso, integrar DP, RH e liderança faz com que os dados coletados deixem de ser apenas números e se transformem em decisões inteligentes.
Planos de ação são definidos, atitudes concretas são implementadas e os esforços isolados dão lugar a uma atuação mais coordenada.
O resultado tende a ser uma cultura mais sólida, onde cada ação colaborativa fortalece o cuidado coletivo e contribui para o desenvolvimento sustentável da organização.
O novo papel do DP e RH: integração, dados e cuidado humano
Uma das principais lições do People Day #2 é que DP e RH vêm se consolidando como parceiros estratégicos na construção de empresas mais humanas, eficientes e engajadas.
O DP atua na organização de dados e processos estruturados, que servem de base para decisões estratégicas. Já o RH utiliza essas informações para criar políticas e ações de cuidado, fortalecendo a cultura organizacional e a experiência das pessoas.
A liderança, por sua vez, é quem traduz tudo isso em atitudes, garantindo que o impacto seja sentido no dia a dia das equipes.
Quando esses três pilares atuam de forma integrada, o DP e o RH passam a exercer um papel protagonista na transformação organizacional.
É nesse equilíbrio entre dados, cuidado e liderança que se revela o verdadeiro potencial dessas áreas, que não apenas acompanham as mudanças, mas ajudam a impulsioná-las.
A atualização da NR-1 pode funcionar como diretriz para orientar essa transformação, mas o impacto real acontece quando DP e RH trabalham juntos, conectando informações, articulando cuidado e envolvendo a liderança.
E na sua empresa, esse movimento já começou?
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