
Anna Santos
A Reforma Tributária está promovendo mudanças profundas no sistema fiscal brasileiro, alterando tributos, reorganizando a arrecadação e impactando diretamente empresas de todos os portes.
O governo defende que as novas regras trarão simplificação e maior transparência, mas a transição pode trazer desafios significativos, tornando o sistema mais complexo antes de, eventualmente, gerar benefícios no longo prazo.
Neste artigo, analisamos os principais pontos da Reforma Tributária, seus impactos no ambiente empresarial e o que os gestores devem considerar para lidar com as novas exigências fiscais.
O que muda com a Reforma Tributária?
A Reforma Tributária propõe substituir cinco tributos (IPI, PIS, Cofins, ICMS e ISS) por dois principais: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), formando o chamado IVA Dual.
O governo argumenta que essa mudança visa simplificar o sistema e aumentar a transparência na arrecadação, mas especialistas alertam que, na prática, a transição pode gerar um período de maior complexidade tributária para as empresas.
Outra alteração relevante é a criação do Imposto Seletivo (IS), que incidirá sobre produtos considerados prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, como cigarros e bebidas alcoólicas.
No entanto, a definição dos itens sujeitos a essa tributação ainda levanta questionamentos entre empresários e especialistas do setor.
Quais os desafios e impactos para as empresas?
Embora a promessa do governo seja reduzir a burocracia e promover maior justiça tributária, alguns setores poderão enfrentar aumento da carga tributária e complexidade na adaptação.
Entre os principais desafios estão:
- Maior controle fiscal: a nova estrutura exigirá uma gestão tributária mais rigorosa, com monitoramento contínuo e produção de relatórios detalhados;
- Dependência de tecnologia e consultoria fiscal: a adaptação exigirá o uso de softwares especializados e apoio de consultores, o que pode representar um custo adicional significativo para muitas empresas;
- Possível aumento da carga tributária: alguns setores, principalmente comércio e serviços, podem perder benefícios fiscais e enfrentar uma tributação mais elevada;
- Período prolongado de transição: as mudanças ocorrerão de forma gradual até 2033, exigindo planejamento de longo prazo para adequação.
O governo defende que a unificação de tributos pode reduzir custos administrativos e facilitar a regularização de negócios informais.
No entanto, até que a transição seja concluída, as empresas precisarão lidar com regras sobrepostas e novas exigências fiscais.
Como a Reforma Tributária afetará a rotina das pequenas e médias empresas?
A Reforma Tributária trará impactos significativos para as pequenas e médias empresas (PMEs), com a promessa de simplificar o sistema fiscal brasileiro, especialmente na tributação sobre consumo e renda.
Mas, na prática, o que isso realmente significa? Entre as principais mudanças propostas pelo governo, destacam-se:
- Unificação de tributos com o IBS: o novo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) substituirá PIS, Cofins e ICMS, eliminando a sobreposição de impostos e tornando a cobrança mais simples e transparente;
- Crédito fiscal ampliado: as empresas poderão compensar tributos pagos ao longo da cadeia produtiva, o que pode reduzir custos, melhorar a previsibilidade tributária e beneficiar negócios que dependem de insumos e serviços de terceiros;
- Possíveis mudanças no Simples Nacional: o novo modelo pode trazer ajustes nas alíquotas e faixas de faturamento do Simples Nacional para alinhar o regime às práticas internacionais. Os pequenos negócios devem ficar atentos às possíveis alterações;
- Necessidade de controle fiscal mais rigoroso: o novo sistema demandará uma gestão mais rigorosa, com monitoramento contínuo e produção de relatórios detalhados. Para as PMEs, isso pode significar investimentos em sistemas de gestão para evitar multas e penalidades;
- Dependência de tecnologia e consultoria fiscal: a adaptação exigirá o uso de softwares especializados e apoio de consultores fiscais, o que pode representar um custo adicional significativo para muitas PMEs;
- Possível aumento da carga tributária: alguns setores podem perder benefícios fiscais e enfrentar maior tributação, especialmente empresas de comércio e serviços que hoje pagam alíquotas reduzidas no Simples Nacional. Para manter a competitividade, as empresas precisarão revisar preços e margens de lucro.
Embora a Reforma Tributária prometa simplificar o sistema e reduzir burocracias, a transição exigirá um período de adaptação. As empresas precisarão se planejar financeiramente para lidar com novas exigências e possíveis mudanças na carga tributária.
Cronograma de implementação
As mudanças ocorrerão de forma gradual. A seguir, apresentamos uma tabela com o cronograma e as etapas previstas para a transição:
Ano | Mudança |
2023 – 2025 | Regulamentação do novo sistema. |
2026 | Teste do modelo com alíquotas reduzidas: 0,9% para CBS e 0,1% para IBS, compensáveis com tributos atuais. |
2027 | Extinção do PIS/Cofins e início da vigência da CBS. |
2028 – 2032 | Redução gradual de ICMS e ISS, acompanhada pelo aumento proporcional do IBS. |
2033 | Vigência integral do novo sistema tributário. |
Como se preparar para ter uma melhor adaptação às mudanças?
Para minimizar os impactos e evitar problemas na adaptação ao novo modelo tributário, as empresas devem adotar medidas estratégicas:
- Realize um planejamento tributário: identifique como as mudanças podem afetar suas operações atuais e antecipe os ajustes necessários.
- Invista em tecnologia e capacitação: sistemas especializados em gestão tributária podem reduzir riscos e garantir conformidade.
- Acompanhamento legislativo: a transição será longa e sujeita a ajustes; manter-se atualizado sobre as mudanças é fundamental.
- Busque assessoria especializada: consultores tributários podem ajudar a antecipar impactos e encontrar alternativas para otimizar a carga fiscal.
A Reforma Tributária promete transformar o sistema fiscal brasileiro, mas a transição será longa e desafiadora. Embora o governo defenda que a mudança trará mais simplicidade e transparência, muitas empresas podem enfrentar aumento da complexidade e incertezas ao longo do processo de adaptação.
Conte com a tecnologia e a experiência da Keevo para enfrentar os próximos desafios
Diante desse cenário, o planejamento cuidadoso e o acompanhamento das regulamentações serão fundamentais para garantir que as empresas se ajustem sem comprometer sua competitividade no mercado. Manter-se informado e contar com o suporte de especialistas será a chave para navegar por essas mudanças com segurança.
Na Keevo, acompanhamos de perto cada etapa dessa transição para apoiar nossos clientes com tecnologia, informação e soluções que facilitam a gestão fiscal e contábil.
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